O trabalho presencial vem sendo demandado por muitas empresas, mas será essa uma boa opção?
A volta do trabalho presencial é um tópico que tem sido muito discutido nas mais diversas empresas de diversos segmentos e portes. Segundo um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas National Bureau of Economic Research, as empresas brasileiras oferecem mais dias de home office do que gostariam. Essa é uma conta que não fecha e tem gerado inclusive um movimento chamado The Great Mismatch, que representa o desalinhamento entre gestores e colaboradores. Se por um lado, gestores entendem que trabalho remoto 1x na semana é o ideal, nunca se viu tantos trabalhadores procurando oportunidades híbridas e até mesmo 100% remotas.
Um estudo da Plataforma Fiverr apontou que dois terços dos gestores e executivos querem que seus funcionários voltem ao trabalho em tempo integral, porém, a mesma pesquisa mostrou que os profissionais considerariam se demitir caso fossem obrigados a voltar ao escritório. Números díspares, não?
No discurso, muitas empresas ainda afirmam quererem o modelo híbrido, mas na prática, vemos que não é bem assim que os líderes desejam. Entre os principais motivos estão a crença de que as pessoas ficam mais motivadas quando sabem que estão sendo observadas por seus superiores e a intenção de que os intervalos e pausas sejam reduzidos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o movimento para os trabalhadores voltarem ao escritório é intenso. Diversas empresas vêm oferecendo bônus e benefícios extras na tentativa de incentivar as pessoas a deixarem o home office. A taxa de ocupação dos escritórios já ultrapassa os 50% e cada vez menos vagas remotas são oferecidas. A iniciativa vem gerando insatisfação.
É um mito achar que criatividade, produtividade e inovação só acontecem no trabalho presencial. Muito pelo contrário, a pandemia nos mostrou que é possível sim criar, produzir, inovar e crescer no cenário remoto.
É um desafio ainda saber como o trabalho presencial pode voltar a se encaixar nas rotinas e alinhar as diferentes expectativas e dar conta das necessidades de cada empresa. Hoje, a saída tem sido estabelecer um número fixo de dias no presencial, quase no modelo que algumas companhias já adotavam antes da pandemia.
Pesquisas mostram que os benefícios do remoto ainda ajudaram os colaboradores a produzir mais: com menos tempo de deslocamento, maior flexibilidade de horário, estar mais perto da família, mais liberdade para atividades do cotidiano, mais tempo para projetos pessoais são ganhos que dificilmente as pessoas vão abrir mão.
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